História da cultura leather e queer se misturam a signos da motovelocidade em coleção da Bold Strap apresentada no SPFW N53
junho 03, 2022
Da esq. para a dir.: a cantora Marina Sena, a atriz Camila Queiroz e a modelo e influenciadora Letticia Munniz integraram o casting da Bold Strap | Créditos: Fred Othero
São Paulo, junho de 2022 - A estética motorcycle, a anatomia de diferentes corpos como protagonista e o calor do fetishcore: essa é a essência da nova coleção da Bold Strap — marca orgulhosamente queer, que celebra a diversidade e a sensualidade ao mesmo passo que brinca com os limites entre feminino e masculino. Encarregada de encerrar o primeiro dia de desfiles do SPFW N53, a grife estreou no formato físico da semana de moda, com um casting que contou com a atriz Camila Queiroz e a cantora Marina Sena para apresentar peças que resgatam a história queer e realçam a cultura leather e o universo da motovelocidade.
O período pós-guerra é o ponto de partida para o imaginário criado pela Bold Strap, já que a época se tornou palco do surgimento da cultura leather. Mas a hipermasculinidade, que se traduzia nos uniformes de motociclistas usados por veteranos, encontra a disrupção inerente ao DNA da etiqueta e incorpora códigos comumente associados à feminilidade, como corseteria e lingerie.
“A gente partiu da imaginação de cenas contemporâneas que dialogam bem com essas estética: uma mergulho em uma noite de muito techno, onde você conhece alguém e, depois da festa, sobe na moto dessa pessoa pra sair por aí sem destino. Tudo gira em torno desse passeio, de como esses corpos se movimentam nessa moto”, comenta Peu Andrade, idealizador e diretor criativo da marca. Na coleção, a observação da anatomia dos corpos se traduz em shapes que dão novos contornos à silhueta com elementos visuais da motovelocidade.
Créditos: Fred Othero
A sensualidade, que a marca destaca em sua descrição, também se faz presente em cada peça — criadas a partir de matérias-primas como o couro, plumas, tule e lurex. Essa característica, inclusive, é uma das principais responsáveis por borrar os limites entre gêneros binários. Pela primeira vez apresentando peças ditas femininas, a Bold Strap aproxima ainda mais a estética entre gêneros e, assim, cria um movimento em que se apropria dessa classificação binária para quebrá-la de dentro.
São oito famílias de peças, que passeiam por elementos que acenam para tendências expressivas, mas que são parte inerente da autenticidade dos desenhos da grife. O fetishcore da Bold Strap ainda recorre a detalhes que remetem a amarrações, fazendo alusão à volúpia do bondage, prática de BDSM, que são reforçadas por luvas de látex.
Sob as influências da motovelocidade, a coleção ecoa uma linguagem que transita entre o underground e a cultura pop — o disco Motomami, da cantora Rosalia, por exemplo, marcou presença nas inspirações da marca para caminhar por várias nuances dos visuais que esse universo abraça. Indo da estética ciclista aos adereços de segurança usados em corridas de alta velocidade, a etiqueta apresenta composições de looks mais robustos, que agregam volume ao brincar com a silhueta, e outros que ressaltam a anatomia do próprio corpo como protagonista. Todos os visuais são complementados por óculos da marca Rebelião Glass.
"Observei as formas das roupas de motocross, motorcycling e todos os signos de masculinidades que isso já carrega e tentei quebrar isso, borrar os limites do gênero é uma proposta da marca e eu quis realizar essa quebra manipulando as formas e signos masculinos da estética motorcycle e motocross, formas que regem a masculinidade. A ideia da coleção é brincar com o gênero e essas formas, que são quase armaduras, foram torcidas a ponto de virar um corset, um símbolo da feminilidade. Propiciando, então, a mistura entre o masculino e o feminino. Portanto, a corseteria atravessa a coleção como um todo", diz o diretor criativo da marca.
Na beleza, a marca também não deixou a desejar. Refletindo um mix de inspirações grunge, futurista e underground, a make é assinada por William Cruzes, beauty artist que já trabalhou com nomes como Chameleo, Carol Biazin e Esse Menino. “Trazemos uma referência underground dos anos 90, heroin chic, em uma versão atualizada com pele leve e fresca, hidratada e corrigida pontualmente, com contornos naturais acentuados e um corpo iluminado e sensual. A nossa celebração é sobre corpos e liberdade pessoal”, comenta William.
Ficha Técnica
Direção criativa: Peu Andrade @pedroandrade_peu
Stylist: João França Ribeiro @joaoribeiroo
Assistentes de styling: Gustavo Souza @_coletivogaia
Matheus Oliveira @_coletivogaia
Direção e casting: Bill Macintyre @billmacintyre
Assistentes de direção: @alexitaven @robsson_munhozz @_bruvital
Assistente de casting: @muchacha.iris
Beleza e cabelo: William Cruzes @williamcruzes
Giuseppe Panissa @giuseppepanissa
Ronaldo Hass @ronaldohass
Andrey Batista @_andreybatista
Caroline Mel @mellmua
Camila Hayasaka @camehame
Amanda Pris @amandapr.s
João Neto @joaonetonasci
Dani Xavier @danixaviermua
André Mattos @_andremattos
Ziel Moura @ziel_moura
LG Costa @lgmcbeauty
Larissa Antonelli @lariantonelli
Will Guimarães @Willguimaraesmua
Victória Dilallo @vic.dilallo
Coreógrafo: Josué Amazonas @amazonasjo
Fotos: Fred Othero @Fredothero
Assistente de fotografia: Romulo Koerich @romulokoerich e Maykon César @Mayccl
Balé: Luis Narciso @luisfsn
Tago Oli @94tago
Johnn Jazz @johnn_jazz
Hudson Ramos @hudsonraamos
Iago Araújo @guinho.ara
Kevin Maurício @eukevim
Ferd @ferd_s_
Rivaldo Ferreira @rivaldo_ferreiraa
Michel Florentino @michel_florentinoo
Vini Taranto @vinitaranto
Motion: SCOZ @juniorscoz
Design gráfico e estampas: Doug Reder @rederdoug
Produtor: Bruno Bentzen @brunobentzen
Trilha sonora: Max Blum @maxblum
Collab Linha Leather: Marcelo Bonito @marcelobonitodesigner
Agência de Comunicação: OLLGA.co
Pedro Gonçalves (Founder e head de operações)
Mariana Sário (Project & Influence Led)
Leo Ferreri (PR Manager)
Jeff Pacheco (Projects & Influencer Marketing Manager)
Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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