23 de Setembro: Dia Mundial de Combate ao Estresse - podemos nos tornar viciados em estresse?

setembro 25, 2022

O Dia Mundial de Conscientização do Estresse tem como objetivo identificar e reduzir os fatores de estresse em sua vida.

 

Todo mundo tem estresse, e existem alguns fatores positivos, o que nos ajudam a responder às mudanças na vida. O estresse é a maneira do nosso corpo se proteger de danos, no entanto, muito estresse causa danos à nossa saúde e relacionamentos. Identificar os estressores que afetam nossa saúde física e mental é importante para sabermos administrar as fases. 

 

O Dr. Alexandre Lucidi (@alucidi) - médico geneticista, com especialização em neurologia, explica que em contraste a resposta ao estresse limitada no tempo e a estressores agudos, que são comuns na vida quotidiana, a resposta a estressores psicológicos e/ou físicos crônicos pode levar a uma ativação prolongada ou repetida de estruturas do corpo relacionadas a momentos de maior estresse, e somar efeitos deletérios a longo prazo na saúde mental e física. Isto pode participar no processo de desenvolvimento de doenças, interferir no curso natural e nos seus resultados. Assim, a proteção e o dano são dois lados da mesma moeda envolvida na defesa do corpo contra os desafios cotidianos. Por exemplo, embora os estágios iniciais da resposta ao estresse sejam destinados a promover a sobrevivência, o estresse inadequado, excessivo ou crônico (isto é, prolongado persistente ou repetido) pode ultrapassar a capacidade reguladora fisiológica do organismo e alterar negativamente as respostas neuroendócrinas ao estresse, levando a maior vulnerabilidade caracterizadas por alterações psicofisiológicas, como a sinalização em eixos neuroendócrinos importantes. Cabe lembrar que existem relatos sobre o estudo do estresse ou a “harmonia” do cosmos desde a época de Pitágoras 570-510 A.C. e houve muita evolução tanto na ciência quanto nas formas de tratamento dos pacientes com problemas de saúde agravados pelo estresse. O mais importante nestes casos, é procurar auxílio médico. 

 

Dr. Higor Caldato (@drhigorcaldato), médico psiquiatra e sócio da Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), especialista em psicoterapias e transtornos alimentaresexplica que: o estresse é um conjunto de reações físicas e mentais que acontecem diante de algo que exige muito esforço emocional para ser superado. Ele pode ser importante para que tenhamos bom desempenho e agilidade em muitas tarefas, como o estresse pode de uma maneira positiva levar alguém a produzir mais e atender tantas inúmeras demandas. E é aí onde mora o perigo, em um mundo onde se busca apresentar cada vez melhor performance e dinamismo, o “estresse” contínuo surge como um combustível cada vez mais necessário para as multitarefas das quais as pessoas estão submetidas.

 

A depender da personalidade, na maioria das vezes, pessoas muito comprometidas ou competitivas, o nível de estresse pode estar ainda mais alto.

 

O limite do estresse “do bem” é extrapolado e se torna maléfico, quando ele passa a se tornar causa de sintomas depressivos, ansiosos ou qualquer outro que reforce ainda mais a presença dos transtornos mentais. Além disso, quase sempre, o estresse exagerado também faz o corpo “pedir arrego”, através de palpitações, falta de ar, dormências nos membros e tantos outros itens que podem compor o cardápio de alterações físicas nesses casos.

 

Algumas pessoas, que não conseguem quebrar esse ciclo vicioso mediado pelo estresse excessivo para atingirem suas metas ou resolverem seus desafios, passam a ter dificuldade para ouvir os outros, se concentrar e até mesmo problemas com o sono porque ficam repassando a agenda do dia seguinte, com os pensamento muito acelerados e ansiedade antecipatória.

 

É importante lembrar que o estresse pode ser gerenciado e ser usado positivamente a favor de si mesmo. Seguem algumas dicas para ajudar a equalizar a dose de estresse:

 

  • Procure ajuda profissional se estiver à beira do esgotamento. O psicólogo ou psiquiatra são os profissionais mais recomendados para ajudar no gerenciamento das emoções.

 

  • Faça algo criativo. Reservar um tempo uma vez por semana para não pensar na agenda de amanhã: pintando, cozinhando, escrevendo, dançando ou qualquer outra coisa que o tire do relógio temporariamente.

 

  • Leve para fora. Numerosos estudos mostram que passar tempo na natureza melhora o bem-estar geral, reduz a ansiedade, o estresse e a depressão e até aumenta a autoconfiança.

 

  • Faça atividades físicas. Um recente guia divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou o exercício físico como uma das atividades que auxiliam na prevenção e no enfrentamento do estresse e de outras doenças. 

 

  • Desligue o celular para dormir. Estudos mostram que o uso excessivo do telefone resulta em maiores níveis de estresse, menor satisfação de vida, aumento da ansiedade, depressão e piora a qualidade de sono. A coisa mais fácil para reduzir o nível de estresse gerado pelo celular é desligar as notificações

 

É preciso pensar sobre a importância de gerenciar o estresse. Ao lidar com agendas agitadas e longas listas de responsabilidades, somos atropelados pelos dias e deixamos de perceber os próprios limites. Pare! Pense! Determine cuidar de si mesmo. Que tal experimentar as dicas acima?

 

(MAIS: Estudo: Estresse Encolhe o Cérebro e Reduz Nossa Capacidade de Lidar com a Adversidade ),

(Estresse e Ansiedade no esporte).



REFERÊNCIAS:


NOVA PESQUISA MOSTRA QUE O EXERCÍCIO REGULAR PODE REDUZIR O RISCO DE DESENVOLVER ANSIEDADE EM QUASE 60% - https://scitechdaily.com/new-research-shows-regular-exercise-may-lower-risk-of-developing-anxiety-by-almost-60/


The neuroendocrinology of stress: the stress-related continuum of chronic disease development. 

Agorastos Agorastos and George P. Chrousos



FONTES:


Dr. Alexandre Lucidi (@alucidi) - médico geneticista, com especialização em neurologia.

Com atuação em Neurogenética e Neuroimunologia, é graduado em Medicina pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), tem Residência Médica em Genética Médica pelo Instituto Nacional da Saúde da Criança, da Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira, Fiocruz (IFF/Fiocruz) e Especialização em Neurologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. É mestrando do Programa de Pós Graduação em Neurologia da UNIRIO/HUGG e participa de estudos fase 3 na mesma instituição. É integrante da equipe de Neurologistas do Hospital Copa D’Or/ Rede D’Or São Luiz e voluntário em ações de conscientização sobre a esclerose múltipla na Associação de Pacientes do Estado do Rio de Janeiro.


Dr. Higor Caldato (@drhigorcaldato), médico psiquiatra e sócio da Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), especialista em psicoterapias e transtornos alimentares.

Graduado em medicina pelo Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/FAHESA) e fez sua residência médica em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bem como suas especializações de psicoterapias e transtornos alimentares também pela universidade carioca.


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