Peeling de fenol renova a pele,mas é preciso cautela

outubro 25, 2022

Realizado em pacientes com rugas profundas, o procedimento só é indicado quando não existem alternativas menos invasivas

Foto: TikTok @clinicaharmonia.

Com mais de 14 milhões de visualizações no TikTok, um vídeo apresenta os resultados após 21 dias de um peeling de fenol em uma paciente com rugas profundas. O procedimento causa uma descamação intensa e formação de crostas, propiciando a troca da pele. No entanto, apresenta riscos, alerta o dermatologista Bruno Lages, da Clínica Otávio Macedo & Associados.

 

É um procedimento muito agressivo, pois atinge as camadas mais profundas da pele. O fenol pode causar alterações no coração, no rim e no fígado. É preciso preparo físico e psicológico prévio, acompanhamento médico e monitoramento cardíaco durante o procedimento, já que é usada anestesia. Também é necessário acompanhamento no período de recuperação, porque podem surgir complicações”, afirma Bruno.

 

Bruno diz que o procedimento deve ser feito em clínica (quando feita em pequenas áreas do rosto) ou ambiente hospitalar (na face toda como o procedimento que viralizou), já que nesses espaços há equipamentos para acompanhar as condições cardíacas do paciente. “A pele precisa estar limpa e desengordurada para receber o fenol na pele. É passado com uma espátula ou gaze, em movimentos controlados, porque se a substância penetrar rápido demais na pele pode causar uma intoxicação. O fenol é aplicado por áreas divididas no rosto e a cada aplicação é preciso esperar até 20 minutos para que a substância seja metabolizada”, complementa. 


A recuperação do peeling de fenol pode levar até três meses. Nesse período, a pele fica com aspecto de vermelhidão, sensação de queimação e inchaço. Além disso, podem surgir infecções, manchas temporárias e cicatrizes queloides. Os resultados podem demorar até seis meses, porque mesmo após a descamação da pele ela pode continuar sensível e com aspecto de vermelhidão por um tempo.

 

Bruno também afirma que o procedimento é útil para tratar rugas profundas por meio da troca de pele do rosto, mas que nem todos os casos são indicados. “O procedimento só deve ser feito por indicação do dermatologista ou cirurgião plástico, quando há necessidade, caso outros procedimentos menos invasivos não surtam efeito. É imprescindível procurar um profissional especializado na técnica”, diz Bruno.


Mas o que é o peeling de fenol?

 

O peeling de fenol é um peeling químico que age de modo profundo na pele com aplicação única do ácido fénico (o fenol), causando uma descamação mais intensa, além da formação de crostas para a troca de uma pele nova e melhor. Como atinge a derme, estimula a formação de novos colágenos e a renovação celular. É indicado apenas para um rosto muito envelhecido, em pele clara e quando outros procedimentos estéticos não fazem efeito.

 

O procedimento é contraindicado para pacientes com condições cardíacas, hepáticas, renais, doenças autoimunes graves, além de pessoas propensas a desenvolver cicatrizes queloides ou com infecções e/ou lesões na pele. Também não é indicado para pessoas com tendências ao estresse físico e mental. A avaliação é essencial para realizar o procedimento, inclusive para definir se existem alternativas menos invasivas.



 

Quer mais dicas do dermatologista? Ouça o podcast Clínica da Beleza!

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Sobre Bruno Lages


Graduado em Medicina pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Especialização em Tricologia e Transplante Capilar pela Faculdade de Medicina do ABC. Especialização em Dermatologia no Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay (Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro). Especialização em Cirurgia Dermatológica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.


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