Gallery wall com fotografias da Cultura Indígena Brasileira pode ser apreciado durante a 36ª edição da CASACOR São Paulo

julho 11, 2023

No ambiente assinado pelo arquiteto Bruno Moraes, o tema da mostra em 2023 – Corpo e Morada – é exaltado com a curadoria de fotos clicadas por Rogério Fernandes

Tiradas pelo fotógrafo Rogério Fernandes, a seleção de imagens reveladas em preto e branco revelam a brasilidade e os traços da cultura indígena das tribos que habitam o Norte do país. A exposição do gallery wall compõe a sala de jantar do ambiente Cozinha Funcional, assinada pelo arquiteto Bruno Moraes para a CASACOR São Paulo | Foto: Guilherme Pucci

 

Em sua primeira participação na maior mostra de arquiteta e decoração da América Latina, a CASACOR São Paulo, o arquiteto Bruno Moraes foi inspirado a imergir na temática Corpo e Morada para produzir seu ambiente Cozinha Funcional, composta pelo espaço de cocção em si e uma sala de jantar que exala a arte e a brasilidade por meio de objetos decorativos e um gallery wall que resgata e enaltece a cultura daqueles que foram os primeiros habitantes do Brasil, os índios.


“Na tradução de todas as referências que nos moveram durante a concepção do nosso projeto, a curadoria dessas fotos incríveis foi uma verdadeira homenagem à nossa primeira morada, o Brasil. E foram eles, os indígenas, que muito nos ensinaram e, embora muitas tribos vivam grandes problemas por conta da destruição de seus territórios e outras profundas questões, eles seguem lutando bravamente para manter a cultura e a força de suas raízes”, destaca o arquiteto. Assim, as fotografias da coleção NORTEADENTRO, realizadas pelo artista visual e fotógrafo paulista Rogerio Fernandes, se configurou como uma expressão artística que valoriza os costumes e nossa forma de morar das tribos. “No dia a dia, muitos se esquecem que desde nomes de ruas, cidades, objetos e alimentos, grande parte têm a origem naqueles que desde sempre habitaram as terras de nosso país”, relembra ele sobre a história da formação dos povos brasileiros.

 

Para tornar essa experiência totalmente imersiva e convidativa, o profissional escolheu a dedo fotografias indígenas. De acordo com o arquiteto, o trabalho realizado por Rogério conseguiu “trazer para o nosso ambiente relatos reais de diversas tribos do Norte brasileiro, especialmente a Yanomami, que infelizmente esteve em voga na mídia em função dos problemas enfrentados pela tribo e que vieram à tona no início de 2023”.

 

Além disso, o olhar do fotógrafo conseguiu capturar a ancestralidade deles, que tanto lutando pela valorização e preservação das reservas naturais onde moram. “Combinado com essa consciência, que precisa ser enfatizada constantemente em nossa sociedade, o cuidado com que os índios dedicam ao Planeta é a expressão máxima de um local sagrado, que deve ser cultuado e respeitado por meio de cuidados especiais”, analisa Bruno. Ele também relata que outra forma de evidenciar essa homenagem aos índios se fez possível por meio do uso de materiais orgânicos, priorizando uma arquitetura natural e essencialmente vernacular.

O espírito receptivo das tribos que vivem do Norte Brasil foi representado, com maestria, através das fotografias. Entre os povos visitados pelo fotógrafo Rogério Fernandes, acima do carrinho bar está um clique batizado como Povo Macuxi, registradas em Roraima, em 2017

 | Foto: Guilherme Pucci


Na composição da sala de jantar idealizada pelo arquiteto Bruno Moraes, os retratos de Rogerio Fernandes retratam especificamente os Povos Xingu, Xavante e Gavião que vivem em Palmas, Tocantins. Além disso, outras riquezas indígenas também são exaltadas, como as margens do Rio Amazonas e as regiões que fazem divisa com o Peru | Foto: Guilherme Pucci

 

Como uma exposição, o arquiteto Bruno Moraes apostou em uma parede conceito para a realização do gallery wall. Entre as obras escolhidas, ele destaca uma de suas preferidas: “Embarcação Redário Rio Amazonas”, que consiste na imagem de uma mulher indígena acompanhada de uma criança com olhar penetrante. “Essa fotografia está posicionada no centro da parede por um motivo extremamente estratégico, o de impactar aqueles que circulam no ambiente. Trata-se do olhar de menino indígena profundamente centrado em quem está visitando o espaço. Uma verdadeira conexão de almas e culturas”, relata com emoção.


O profissional participante da CASACOR também desenvolveu afeto com outros retratos, como o “Povo Shawãdawa”, que demostra realização de um ritual xamânico indígena, destacando a autoridade do cacique com seu magnífico e evidente cocar. Ao admirar a

a fotografia, o convite para mergulhar na história dos rituais realizados por nossos ancestrais, descobrindo que esse, em específico, destaca o uso das principais medicinas indígenas: Simbu (Ayahuasca), Rapé, Kambô (veneno do sapo), Caiçuma (bebida fermentada da mandioca com saliva das mulheres).

 

Em sua concepção, Bruno Moraes conta que se encantou ainda mais com a cultura indígena através da obra de Rogerio Fernandes. A partir disso, decidiu aprofundar-se nas histórias e entender o que cada utensílio e retrato escolhidos por ele significavam. Ele destaca a descoberta, por meio de um dos retratos femininos expostos no gallery wall, de um artefato interessante da cultura indígena. Ao expressar mais um ritual, o Cinto das Mulheres do Xingu, o "ULURI", é uma peça utilizada por mulheres indígenas de aldeias do Alto Xingu. Trata-se de uma pequena tanga, feita da entrecasca de árvore ou de uma concha em forma de um triângulo, inserido em um cinto de fios de buriti e posicionado acima do púbis. Nenhum homem tem permissão para tocar uma indígena que estiver com esse artefato e o uso regular inicia-se com os rituais da puberdade feminina quando, ao vesti-lo, a jovem dança com um visitante indígena do sexo masculino ao som do uruá, a flauta taboca.

Além do Cinto das Mulheres do Xingu, outros itens como as correntes penduradas na coluna, os cestos de palha e todo o paisagismo do ambiente salientam o reconhecimento e o respeito do arquiteto Bruno Moraes à cultura indígena e brasileira, proporcionando ao visitante a sensação de “estar em casa”. | Foto: Guilherme Pucci

 

“A cultura e arquitetura indígena fazem parte da história do nosso país e precisa ser evidenciada em projetos arquitetônicos por todo o mundo. Resgatar elementos essencialmente brasileiros pode inspirar um ambiente repleto de pluralidade. Certamente, escolher a cultura indígena para abrilhantar a nossa Cozinha Funcional foi a decisão perfeita”, finaliza Bruno Moraes.


O ambiente Cozinha Funcional pode ser visitado na 36ª edição da CASACOR São Paulo, localizada no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, até o dia 06 de agosto.


 

Sobre BMA Studio 

Criado há 14 anos, o escritório é comandado por Bruno Moraes, arquiteto formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Bruno já passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini. Seu escritório atua nas áreas de gerenciamento e execução de obras, concepção de projetos de casas, reforma de apartamentos, retrofits, espaços corporativos e áreas comuns de edifícios. Dispõe de equipe própria de obra treinada para gerir os trabalhos com processos inteligentes, com diferenciais como um aplicativo personalizado. Entre seus principais clientes estão: o Grupo Volkswagen, as multinacionais Arauco e Fabbri, os escritórios da Tecban (Banco 24h), as Sorveteiras Rochinha, um projeto de revitalização urbana no bairro do Bixiga. Além de obras diversas executadas em todas as regiões do Brasil e uma participação na Mostra Casa Saudável. A marca BMA Studio tem trabalhos e vídeos publicados em importantes veículos de arquitetura do Brasil. Bruno é colunista do Portal PiniWeb, é apresentador do Decora Cast (Podcast de decoração do Viva Decora). E, desde 2019 participa do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT. 

 

 

 

BMA Studio 

(11) 2062-6423  

www.brunomoraesarquitetura.com.br 

@brunomoraesarquiteturastudi 

 




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