Espaço Cultural Latino Americano sofre com pandemia e está prestes a fechar as portas após 11 anos de resistência no centro de São Paulo

outubro 29, 2020


 Quem já passou pela icônica Rua Abolição, pode não ter reparado direito, mas ali no número 244 fica o ECLA - Espaço Cultural Latino Americano. Assim que entramos, nos deparamos com uma estátua em gesso do Lênin, imãs de geladeira de personalidades como Marielle, Dandara, Doutor Sócrates, Frida e Mariguella, paredes com bandeiras de times de futebol e de países como Cuba e Bolívia, além, é claro, do icônico Saci, mascote do espaço. Pela decoração do espaço, já conseguimos entender um pouco da história do local.

Claudimar Gomes dos Santos toca o espaço há 11 anos e viu muita gente passar por ali. Figuras icônicas e históricas como Raphael Martinelli, Feliz Contreras, Hugo Blanco, Cesari Batistti e Geraldo Sardinha já frequentaram a casa. Mas, infelizmente, desde que a pandemia começou e consequentemente, o ECLA ficou fechado, as contas não estão mais fechando. “Nesses seis meses fechados, não tivemos renda alguma – até o aluguel está pendurado. Logo cortam a luz e a água. É de uma tristeza imensa ver esse lugar, que representa muito para diversas pessoas e principalmente para mim, que dedico minha vida a ele, encerrar as atividades por motivos econômicos”, conta Clau, como é carinhosamente chamado.

Com a notícia, seus frequentadores iniciaram uma campanha para evitar o encerramento do espaço e arrecadar dinheiro para o pagamento do aluguel e das demais despesas. Além de ir até lá em um número reduzido – até 10 pessoas por vez – e consumir bebidas e petiscos, o grupo de frequentadores e amigos do ECLA resolveu fazer uma vaquinha para arcar com os custos de manter o espaço aberto. Em uma época em que o distanciamento afetou a todos, encontrar este tipo de afeto entre as pessoas para realizar um feito coletivo, mostra a importância que o Espaço Cultural Latino Americano possui na vida de cada um que está colaborando. Por enquanto, o ECLA continua vivo – há esperança, e quanto mais pessoas se juntarem à causa, mais chances de o local sobreviver por muitos e muitos anos mais.

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