Ator Nando Cunha entra para calçada da fama de Gramado na véspera de completar 56 anos

agosto 20, 2022

Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

instagram: @nandocunha10


Ator Nando Cunha entra para calçada da fama de Gramado na véspera de completar 56 anos


Com 30 anos de carreira e consagrado referência para a nova geração de atores, o ator carioca, Nando Cunha, acaba de entrar para o hall dos grandes artistas do audiovisual da América Latina, ele deixou a marca de suas mãos na Calçada da Fama de Gramado, na noite desta quinta-feira (18), véspera de seu aniversário de 56 anos, durante a 50ª edição do Festival de Cinema de Gramado que acontece até sábado (20).


Com sentimento de realização, o ator comemora: “Era um moleque de periferia e assistia as premiações do festival de gramado pela TV nas noites de sábado e ficava encantado, achava que era nosso Oscar brasileiro. Nem sonhava em estar aqui, porque pra mim ou para qualquer menino ou menina preta, de subúrbio, naquela época, sonhos não eram permitidos. Hoje olho para aquele menino e vejo que ele sobreviveu, virou adulto, tem dois prêmios Kikitos de melhor ator em sua prateleira, e agora as minhas mãos, que representam as mãos calejadas dos meus ancestrais, são eternizadas no maior palco do cinema nacional. Nem nos meus sonho mais possíveis imaginava isso tudo, estou muito feliz e grato, e não é só por mim, é pelos que vieram, pelos que estão, e pelos que ainda estão por vir”, frisa Nando.


Atuando em diversos filmes em cartaz neste ano, como Barba Cabelo e Bigode, que na última semana entrou para o Top 10 Global de filmes de língua não-inglesa da Netflix, onde interpreta o PQD, namorado da protagonista interpretada por Solange Couto. O ator ainda estreia no segundo semestre no cinema com “Nas Ondas da Fé”, com direção de Felipe Joffily. Em “Os Vizinhos”, que estreia na Netflix em 1º de setembro, Nando interpreta o dono da Escola de Samba onde se passa a trama. Já em Suburbanos ele dá vida a personagem “Dinda”.


Honrando todo seu legado ancestral, Nando é ganhador do Kikito de Ouro na categoria Melhor Ator também no Festival de Cinema de Gramado pelo filme ‘O Novelo’, do ano passado, e pelo curta-metragem ‘Teleentrega’, de 2017, ainda se prepara para estrear ‘Um Natal cheio de graça’ e ‘Mussum O Filmis’, que também serão lançados esse ano para a Netflix. Além de ‘Nosso Sonho’, sobre a vida da dupla musical Claudinho e Buchecha, o ator segue gravando.


Nesta edição do festival, artistas como Marcos Palmeira, Dira Paes, Cauã Reymond, Otávio Muller e Letícia Colin, entre outros, também receberam a homenagem e foram registrados na Calçada da Fama.

 

Quem o viu explodir versatilidade ao longo dessa carreira com trabalhos consagrados, só constata que Nando nasceu para isso, por mais que, quando jovem, ao ver as revistas estampadas por pessoas brancas e de olhos claros, ele duvidasse que pudesse um dia viver da arte. “Não tinha como sonhar com a profissão, mas tudo começou quando me encantei por uma menina apaixonada por teatro”, revela o ator, que passou a ler e estudar mais sobre a área para que tivesse o que dialogar com ela, despertando assim, um interesse pelos palcos. “Acabei me apaixonando pelo teatro e a perdendo. Tempo depois, na universidade, uma amiga me indicou para um teste numa peça e não parei mais”, completou. 


Dentre os momentos que mais marcaram a trajetória de Nando Cunha está a passagem pela companhia ‘Ensaio Aberto’. “Eu era um ator muito histriônico, sempre querendo fazer uma piada. Na Cia aprendi a apurar minha escuta e a ser mais focado no que estou fazendo. Me tornei um ator melhor depois de ter passado por ela. O que me marcou também foi fazer o personagem Soldado Brasil, em Desejo Proibido, minha primeira novela. Eu era jovem, sem muitas responsabilidades. Me divertia. Era bom demais. Hoje é tudo mais tenso por conta dos compromissos”, frisou.


Johnny Bala, Charles, Tião, Samuca, Pescoço, Dante Ferreira, Detetive Xavier, Manoel Jacinto, Ciro Soares, Mestre Batatinha ou Pentephres, são tantos personagens que o lapidaram, que pluralidade é a sua marca. E se engana quem pensa que Nando Cunha é sinônimo de potência somente na dramaturgia. Na vida, contra o racismo estrutural que se arrasta no mundo contemporâneo, o ator também bate um bolão. “Não vamos mudar isso sozinhos. O racismo é uma questão de toda uma sociedade e não só de nós, negros. Enquanto não vier um esforço de todos não iremos avançar”, acredita. 


Sobre o quê o cenário artístico representa na sua vida, ele destaca. “A arte para mim significa transformação, crescimento e dignidade. Ela me transformou num ser humano melhor. Ela muda vidas. Transforma as pessoas. Muda um país, o lugar onde você mora e as pessoas ao redor. Ensina a ter respeito pela diversidade e pelas diferenças. Sou muito grato”, disse Nando, que tem os atores Ruth de Souza, Grande Otelo, Milton Gonçalves, Léa Garcia e Antônio Pitanga como inspiração, além do multifacetado Abdias do Nascimento. 


E, para os que estão começando, o ator acredita que resiliência é palavra de ordem, principalmente, aos artistas negros. “Sou muito exigente. Não nos dão a chance do erro, por isso me cobro muito. Fui muito rotulado como ator de humor e lutei muito para mudar isso e ganhar respeito na minha profissão que tanto amo. A cultura gera tanto emprego direta e indiretamente. Queria que as pessoas soubessem disso, no quanto ela muda e pode impactar. Espero que mudemos esse cenário político catastrófico e que possamos viver dias de luta e dias de glória”, concluiu.



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