A resposta vem da Diana Bonar, especialista em CNV e gestão de conflitos:

“Porque o mundo está em transformação! Estamos adentrando a construção de um novo paradigma empurrado pelo contexto pós-pandemia e também pelo perfil das novas gerações. Ou seja, as pessoas estão mais ansiosas e mais inseguras. Ao mesmo tempo em que buscam investir o seu tempo em funções que tragam sentido e propósito. Dificilmente as pessoas de hoje ficarão por mais de 10 anos no mesmo emprego, a nova geração será atraída para o ambiente de trabalho onde se sintam bem, valorizados, compreendidos e onde haja espaço para discussões saudáveis”, reflete Bonar.

O  conceito BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible) foi desenvolvido pelo antropólogo, autor e futurista norte-americano Jamais Cascio.

Entenda com Diana alguns elementos que caracterizam esse contexto:

- O isolamento deixou o mundo mais fragilizado. Com isso, trouxe muitos conflitos e também  novas possibilidades de formatos de trabalho.

- Questões de saúde mental aumentaram nesse período da pandemia e não é sustentável ignorar esse aspecto no contexto atual. Somado a isso, um mundo caracterizado com uma avalanche de informações, com um senso de urgência cada vez maior, aumentando assim problemas e sintomas como ansiedade, por exemplo.

- A tendência do conceito “BANI” é de constante mudança de cenário e, dessa forma, é imprevisível. Por este motivo, a flexibilidade, a resiliência e a capacidade de adaptação passam a serem recursos imprescindíveis também para todos nós.

- Se por um lado existe o medo de não saber a direção exata e segurança na vida, por outro lado nasceram novos empreendedores. Nunca foi tão falado em realização pessoal e profissional como atualmente. A incerteza fez com que muitas pessoas mudassem de carreira e abrissem seus próprios negócios.

Segundo a especialista em comunicação CNV, precisaremos cada vez mais das chamadas SOFT SKIILS, competências relacionais baseadas na gestão das emoções, na capacidade de gerir conversas difíceis e na habilidade ouvir e buscar soluções de ganho mútuo. É importante que os gestores de distintos setores saibam gerir o conhecimento de suas equipes, mas acima de tudo, entender as  personalidades e os relacionamentos deles. Isso exige estudo, prática e capacitação.

“O problema é que não nos ensinaram na escola ou na faculdade como administrar tensões, conflitos, gerir as emoções e buscar soluções criativas para problemas complexos. A velha forma de pensar se tornou obsoleta e trouxe mais divergências no ambiente de trabalho. Competências como empatia, saber ouvir, saber expressar aquilo que não está bom, abordar desafios de forma inovadora são essenciais para empresas que querem crescer sem perder capital humano ou financeiro”, reflete ela.

 Diana ressalta ainda que a incapacidade de gerir conflitos representa também perdas financeiras, pois uma equipe que está o usando o tempo de produção engessada em conflitos perde tempo e, claro, dinheiro! Uma equipe funcional e eficiente é aquela que sabe lidar com suas divergências de forma positiva e criativa.

“Conflito sempre haverá, faz parte das relações humanas, a questão é como abordá-los. A Comunicação Não Violenta se apresenta como uma excelente abordagem para aprendermos a fazer isso”, finaliza Diana Bonar.