Escultura será mascote interativo para despertar a ludicidade entre crianças e adultos

A escultura de concreto armado receberá intervenções públicas e servirá até para que crianças subam e escorreguem através dela. A finalidade é mostrar que a brincadeira é uma forma lúdica e sadia de apropriação do espaço público, explica Marina Marini Mariotto Belotto, arquiteta e idealizadora da campanha “Crie como uma criança”, promovida por meio do Instituto Ixé Pitanga, responsável pela ação gratuita prevista para o dia 12, no Zoológico de Curitiba

Quando o Zoológico soube da campanha “Crie como uma criança do Ixépitanga” logo se interessou em ser o primeiro espaço público a receber a escultura, que marca o início de um processo de ressignificação da relação entre crianças, adultos e a cidade de Curitiba. Foi um grande prazer tratar com gestores e equipe do Zoológico, para instalar a escultura e conceber tudo que está programado para o dia 12”, comenta Belotto.

Na ocasião, uma equipe multidisciplinar compostas por psicóloga, artistas, urbanistas, arquitetos e outros especialistas farão três sessões de caminhadas, às 11h, 13h e 15h, para provocar as crianças a criarem suas próprias brincadeiras, a partir de materiais não estruturados, para estimular a criatividade e um novo olhar quanto à cidade.

“O brincar é o trabalho próprio da infância, mas se for caracterizado cada vez menos pela criatividade e fantasia infantil e mais por produtos prontos que pré determinam a finalidade da brincadeira, as crianças acabam não tendo persistência e se frustram rapidamente, deixando de brincar em função da dificuldade de representar uma coisa por outra, de simbolizar. Para a subjetivação das crianças importa o brincar criativo e inventivo, com qualquer objeto que se torne brinquedo. E, a proposta da campanha ‘Crie como uma criança do Ixépitanga’, é que elas criem os espaços de brincar a partir de materiais simples, para promover justamente essa função de representar e simbolizar o mundo que nos cerca”,  explica Rafaela Jaquetti, psicóloga da camapanha “Crie como uma Criança”.

“Balões de borracha se transformam em olhos e ovos. Fitas em cabelos, teias de aranha e cordas. Pedaços de madeira em desafios, obstáculos e muros quando empilhado. Tecidos podem ser redes, rios, lagos, cavernas e cabanas!Tudo é possível quando a gente convoca a imaginação de uma criança!” , complementa Belotto.

Batizada pelo público escultura ganha vida e se torna novo mascote da capital paranaense

Em paralelo ao evento do dia 12, já acontece uma campanha para dar ao público o direito de batizar a capivara. Tanto assim que centenas de sugestões foram enviadas para o perfil de Instagram @ixepitanga. Quem quiser enviar a própria sugestão deve fazer isto pelo direct do instituto. “Quando batizamos algo ou alguém nos tornamos um tanto criadores, nos apropriamos e nos sentimos parte. Esta é a finalidade maior da campanha para dar nome à capivara, explica Belotto.

“Quando vi, a escultura já estava sendo suavemente içada para o caminhão. Chegar ao zoológico da cidade foi emocionante, ainda mais sabendo que na quarta-feira (12/10) a criançada vai brincar e se divertir com ela! Estou adorando participar desse movimento por cidades brincantes, com o apoio da prefeitura. Inclusive, quem quiser enviar a própria sugestão de nome ainda pode fazer isto”, reforça Rodrigo Ramirez, designer do Estúdio Boitatá e autor do desenho da capivara.

Transporte de três toneladas, um capítulo à parte para  a nova mascote de Curitiba

A comoção em torno da nova mascote da capital paranaense é grande, contudo, poucos fazem ideia da complexidade envolvida no translado da escultura do bairro de Santa Felicidade até o Zoológico de Curitiba. Modelo do caminhão escolhido para isto foi um constellation, equipado com guindaste Hyva, modelo 5018, com capacidade para até 11 toneladas. A movimentação foi executada por duas pessoas, sendo um operador de guindastes e um sinalizador, explica Thalison Augusto responsável pela empresa Guindaste Santa Felicidade, especializada em movimentação e içamentos de peças pesadas. 

“É fantástico ver um sonho saindo do plano das ideias e começar a tomar corpo no mundo real! A cada quilômetro que fui percorrendo seguindo o caminhão, era um misto de alegria, de agradecimento pelos desafios mas também uma energização constante do que ainda está por vir! Gostaria muito de agradecer a todos que estão trilhando esse caminho, mas especialmente, o Estúdio Boitatá por ter doado essa peça incrível para nós, com o design assinado por eles!É orgulho que não acaba mais!”, celebra Belloto.