Melhores lugares para curtir um samba no Rio de Janeiro
outubro 23, 2022
Tradição carioca, o gênero musical começou a circular logo após a abolição da escravatura e as rodas de samba se tornaram um dos símbolos da cidade
“Quem não gosta de samba bom sujeito não é.” Dorival Caymmi, um dos grandes nomes da música brasileira, deu o papo: é difícil encontrar alguém que não curta o estilo. E não há melhor lugar para cair no samba do que a Cidade Maravilhosa!
Sucesso no Rio de Janeiro, o gênero musical começou a circular logo após a abolição da escravatura, e as rodas de samba se tornaram uma tradição carioca. As pessoas libertas foram viver em lugares como a praça Onze e a Pedra do Sal, e lá deram origem, com inspiração no maxixe e em outros ritmos africanos, ao nosso querido samba de roda!
O famoso samba do Cacique de Ramos nasceu de encontros e grupos carnavalescos de jovens sambistas da zona norte do Rio de Janeiro. A primeira roda de samba do movimento aconteceu em 1961, e em 1963 ele passou a fazer parte oficialmente do Carnaval da cidade.
O bloco se tornou referência nacional, com seus desfiles vibrantes e fantasias estilizadas com inspirações indígenas, como o próprio logo da bandeira do Cacique de Ramos.
O grupo promove uma roda de samba com feijoada todos os domingos, das 15h às 23h30, na Rua Uranos, 1.326 - Olaria. Quem tem vontade de prestigiar um dos sambas mais antigos e de raiz da cidade do Rio não pode perder esse evento. Além disso, a entrada é gratuita para todos, e das 17h às 23h é possível alugar uma mesa por R$ 10 e pedir alguns petiscos e uma cerveja bem gelada para curtir a festa.
O famoso samba do Cacique de Ramos nasceu de encontros e grupos carnavalescos de jovens sambistas da zona norte do Rio de Janeiro
Samba no Rio: Roda do Trabalhador
O Samba do Trabalhador virou reduto de grandes sambistas cariocas, como Martinho da Vila, há cerca de dez anos. As rodas são comandadas por Moacyr Luz, que tem o costume de convidar a velha guarda carioca para colocar os pandeiros para tocar e divertir a galera.
Grandes nomes do gênero já passaram por essa roda incrível, como Beth Carvalho. Conhecida como madrinha do samba, ela esteve presente em diversos momentos com o grupo.
Grupo que, aliás, já ganhou diversos prêmios, entre eles, o Prêmio da Música Brasileira, como melhor álbum e grupo de samba.
A atração acontece no Renascença Clube todas as segundas-feiras a partir das 16h, com entrada gratuita, na Rua Barão de São Francisco, 54.
O Samba do Trabalhador virou reduto de grandes sambistas cariocas há cerca de 10 anos, como Martinho da Vila
Samba no Rio: Pedra do Sal
O samba da Pedra do Sal tem uma história diferente dos demais. Primeiro, é preciso explicar de onde veio o nome Pedra do Sal. No período colonial, o Morro da Conceição era o lugar onde as pessoas escravizadas descarregavam o sal vindo da Europa, para depois ser distribuído pela cidade. Como era um ponto conhecido, principalmente por razões econômicas, os primeiros sambistas e famílias quilombolas se encontravam no local para colocar os pandeiros em ação.
Até hoje os gêneros samba e choro convivem em harmonia nas festas que ali acontecem, especialmente as da Tia Ciata, que recebia até Pixinguinha para tocar choro na frente da sua casa, com o intuito de distrair os policiais, enquanto as batucadas aconteciam a todo vapor nos fundos.
Além disso, o grupo promove diversas palestras sobre a história e as lutas sociais da Pedra do Sal. Já foram produzidos dois musicais de sucesso a respeito do tema: o primeiro sobre a história dos trabalhadores do local, apresentado no Teatro Rival, e outro com foco nos orixás, da religião afro-brasileira. Aliás, todo dia 2 de dezembro, quando se comemora o Dia Nacional do Samba, a Pedra do Sal vira um espaço de rituais que misturam música, devoção aos orixás e lavagem de pedras em homenagem aos antepassados.
As rodas ocorrem às segundas, das 18h às 22h, no Largo João da Baiana, na Rua Argemiro Bulcão, com entrada gratuita.
Todo dia 2 de dezembro, quando se comemora o Dia Nacional do Samba, a Pedra do Sal vira um espaço de rituais que misturam música, devoção aos orixás e lavagem de pedras em homenagem aos antepassados
Samba no Rio: Mangueira
A Mangueira é considerada uma das maiores escolas de samba do Rio de Janeiro. De origem africana, carregando consigo batuques, cantorias e tradições das culturas indígenas, do candomblé e da umbanda, sua história é um marco do samba no Brasil.
Nomes importantes da música, como Cartola, Seu Maçu, Pedro Paquetá e Carlos Cachaça, entre outros, fundaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. O nome já foi até tema de faixa do cantor Chico Buarque: “Mangueira, estação primeira”. Além dos sambas-enredo e dos desfiles exuberantes, a Mangueira adota diversas ações sociais para moradores dos morros no Rio de Janeiro.
Para 2023, a Mangueira promete um desfile de Carnaval incrível, com um trecho do samba-enredo que começa assim: "Ela que veio de longe. Ela que veio do vento, guerreando contra todo sofrimento, de quem um dia foi obrigado a traçar um novo destino além-mar. Bantu, Haussá, Gegê, Iorubá…tantas Áfricas que na Bahia vieram a aportar."
E os ensaios já estão a todo vapor, começando sempre no Buraco Quente, na rua Saião Lobato, indo em direção à Visconde de Niterói, onde a população pode apreciar e se divertir com o ensaio da escola. Normalmente, as datas e horários do ensaio são divulgadas alguns dias antes no Instagram ou na página oficial da Mangueira.
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Escritora, autora da duologia "A Princesa e o Viking" disponível na Amazon. Advogada e designer de moda. Desde 2008 é blogueira. A longa trajetória já teve diversas fases, iniciando como Fritando Ovo e desde 2018 rebatizado como Leoa Ruiva, agora o blog atinge maturidade profissional, com conteúdo inovador e diferenciado. Bem vindos!
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